sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A criança que eu fui...


Um dia desses, um amigo citou uma frase mais ou menos assim: "Será que a criança que eu fui teria orgulho do adulto que eu me tornei?"
Hoje, dia das crianças, acordei com este pensamento mais uma vez. Será?!
E para pensar também tentei lembrar de quem foi a criança que eu fui? Me lembro sempre dos meus pais sempre dizendo que fui um menino comportado, que nunca quebrei um brinquedo! Era adorado pelas professoras (talvez um pouquinho CDF).
Me lembro de uma criatividade muito introspectiva e uma imaginação fértil.
Enfim, pensar na criança que eu fui nem foi tão difícil assim.
Difícil mesmo é pensar no 'adulto que me tornei'! Um misto de medo em me descobrir e uma vontade absurda de esconder de mim mesmo as coisas que nem eu - com a idade que tenho hoje - conseguiria me orgulhar, quiçá uma criança (e mesmo que a criança seja eu).
A criança que eu fui talvez não consiga se orgulhar do adulto que me tornei, talvez ela nem possa me encontrar para poder mensurar orgulho ou vergonha. Às vezes acho até que - em algum momento - essa criança e esse adulto se perderam no caminho.
Um dia - tenho certeza - eles vão se encontrar! E que seja um encontro doce!
Me lembro que com uns 10 ou 11 anos, tive um livro na escola em que a primeira página tinha fotos de várias civilizações e personalidades históricas (índios, negros, um desenho de Tiradentes, etc) e no final da página estava escrito "Lute a vida inteira para que um dia a sua vida faça parte de um livro de história".
Sempre me lembro deste livro e sempre fico pensando se aquela frase teve o mesmo impacto para todas aquelas crianças que estudavam comigo. Para mim fez!
Pode parecer muito banal e talvez (lendo agora) possa até parecer cafona, mas talvez tenha sido esse o motim que encontrei para trilhar o meu caminho. Lutar uma vida inteira para ser alguém.
O que fica hoje é a dúvida sobre quem é ou será esse 'alguém'... Respondendo e encontrando respostas vou seguindo...


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