terça-feira, 3 de abril de 2012

O juízo do julgamento!


Quantas vezes ouvimos 'Lá vem você me julgando de novo...'? E sempre que ouço isso fico me culpando por ter tirado conclusões precipitadas sobre qualquer tipo de coisa!


E por que julgar passou a ser item pecaminoso na lista das coisas feitas pelas pessoas boas? Em que momento julgar passou a ser pecado?

O julgamento está diretamente relacionado à verdade. Julgo por aquilo que acreditei ser a verdade, a verdade que criei dentro de conceitos, preceitos e valores, certo? Certo!

Então, tendo ciência de que vou procurar sempre as melhores verdades (ou aquelas que me tornam uma pessoa melhor) será que é assim tão mau explorar essa veracidade?

A verdade do EU acaba justamente onde começa a verdade do OUTRO, e vice-versa (por mais ordinário, triste ou contraditório que possa soar esse 'vice-versa').

Oras, a gente julga o tempo todo! Nosso próprio nascimento foi uma grande vítima de um julgamento: nossos pais julgaram (ou não, em vários casos!) que era a hora de aumentar a família e mandar mais um 'bacuri' pro mundo afora. Julgaram se era a hora, se tinham condições, se daria certo ou errado, e enfim: se você está lendo este texto é certeza que seus pais julgaram um sim nesta hora e jogaram fora a ideia do chá de buchinha ou até mesmo do Citotec (dê graças à Deus, amigo!)

Por muito tempo foram os seus criadores (os pais ou não) que foram julgando aquilo que era correto ou errado, e - direta ou indiretamente - colocando pequenas fagulhas no seu vademecum jurídico mental! Pronto! Você se tornou gente e já era hora de começar a consultar os seus livrinhos cerebrais, pôr este juiz onipotente pra dar as marteladas e passar a também julgar!

E queira ou não queria, amigão, você está o tempo todo julgando, desde a hora que acorda! Ao decidir se vai sair de sapato ou tênis, de calça ou bermuda, sair com Pedro ou com o João você julgou! Julgou o que era melhor para si, para o mundo e para o convívio entre ambos.

Julgou a sua verdade!

Lá no comecinho deste post relacionei o julgamento com a VERDADE, lembra? Pois é! Julgo por que sou de verdade, tenho verdade e quero verdades!

É certeza que os julgamentos serão corretos, errados, meio certos e meio errôneos! O que me basta, neste momento, é estar o tempo todo de cabeça aberta para julgar e poder voltar atrás neste julgamento. Perdoar, me perdoar e acreditar!

Honoré de Balzac, aquele das balzaquianas, sabe? Então, ele dizia que "não devemos julgar as pessoas que amamos." para ele "o amor que não é cego, não é amor!" Por sorte o cabra se foi no meio do século XIX e não precisamos mais acreditar nessa marmelada, né?

O amor que tenho dentro de mim (e que coloco pra fora) não é cego, é são!

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